quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Vídeos do Primeiro dia

Viva o youtube!

Ex-exus:



Chambaril:



Amp:



Cabruera:



Burro Morto:



Mombojó:



Saltos Ornamentais:

Grito Rock: Segundo dia

Por: Raphael Pinteiro

Mesmo tendo que também tocar na segunda noite do Grito, a festa foi mais tranquila que na noite anterior. Alguns motivos:

1 - A internet, ao contrário da sexta que funcionava no pingadinho caindo o tempo inteiro, simplesmente não funcionou em momento nenhum. Isso me tranquilizou bastante, já que na noite anterior eu perdia mais de maia hora tentando postar um simples texto, o que me prendia ao computador e me deixava extremamente nervoso. Não rolou transmissão ao vivo, não rolou fotos e posts em tempo real, mas não rolou também um ataque de nervos da minha parte. Quem esteve lá na sexta pode conferir alguns gestos proferidos ao TIM WEB.

2 - Foi-se a noite do Mombojó. A banda do reino da alegria gerou muitos trabalhos e preocupações extras na sexta, como a exigência de uma casa exclusiva para a banda e equipe, aluguel de mesa de som específica (ainda que sub-utilizada), dois amps de guitarra exclusivos pra banda e necessidade de ter seus equipos montados desde antes dos primeiros shows. Sobre esse ponto, acho que cada um sabe - ou deveria saber - seu valor como banda/produto e adequar suas exigências. De longe, a maior surpresa do festival, o que não significa que isso seja positivo.

3 - Já sabíamos o que esperar e como remediar alguns problemas do dia anterior. A ansiedade estava contida no sábado, muitos pontos já haviam sido detectados e corrigidos a tempo pro segundo dia de shows.

4 - Tudo já estava montado e funcionando lindamente. Só tinha que desmontar tudo depois. Só...

À festa:
Abrindo a noite estávamos nós, da Nuda. Passamos o som sem problemas nem burocracias e já estávamos prontos pra começar. Queria deixar um agradecimento como banda à galera do som e do apoio - Lucas Filho, Mago Peu, Pipa, Jurim, Izidoro, Diogo, Carlinhos - por terem feito do palco do Grito Rock Porto de Galinhas o lugar onde tiramos o melhor som, contando todos os shows e ensaios da banda. E não foi só a Nuda que saiu satisfeita com a qualidade do que rolava lá. Não somos de sair nos gabando por aí aumentando números ou criando fantasias pros leitores, mas absolutamente todas as bandas que passaram pelo festival elogiaram demais a estrutura, o som e o apoio. Ponto pra nós, com todo orgulho e merecimento. Podem dizer que somos amostrados.

Talvez pelo fato do som estar um absurdo de maravilhoso (cabem muitos superlativos!) ou mesmo porque naquele momento em cima do palco sermos apenas Nuda e podermos dar uma mínima relaxada do stress do festival, talvez por já vermos uma boa quantidade de gente já no primeiro show, talvez pela energia da praia... O fato é que fizemos o melhor show da nossa carreira até agora. Falo tanto pela banda quanto pela reação de quem viu. Estreamos "Toque pra Calhetas" e ela foi um dos pontos mais animados do show, o que nos empolgou ainda mais com a estréia.

Saindo do palco, mal deu tempo de respirar e a galera do Coletivo Noize, de Natal, já veio fazer uma entrevista comigo. Em nome do Lumo gostaríamos de agradecer demais à força que os caras deram, vindo do RN pra cá pra fazer uma cobertura de vídeo e entrevistas, além, claro, da tal troca de tecnologias. Começa o show da Ggante Animal (SP) fiquei impressionado em ver como a banda cresceu com essa turnê pelo Nordeste. Depois, batendo um papo com os caras, percebi uma energia e verdade muito fortes. Continuando nessa garra e evolução, eles vão longe.

Depois do Gigante Animal começou aqueole que foi o mais animado show do festival. O Trio Pouca Chinfra e a Cozinha, com seus 13 integrantes, se expremeram com elegância no palco do Muru-Muru, destilando clássicos do samba e novas pérolas do trabalho autoral. Energia no seu estado máximo. Transe total numa baqueta batendo num pires. Espontaneidade latente. Assim o público delira... Samba do mais puro no Grito Rock. Ah, e ninguém reclamou disso!

Pra engrossar ainda mais o caldo do retetéu, Renegado (MG) provou no palco a razão dos tantos prêmios ganhos em 2008. Se teoricamente o hip-hop fica deslocado num festival dito - pelos outros - rock, em Porto a realidade foi muito mais cabeça aberta. E tomem mãozinhas no ar, e tome participação nos coros. Artista do mais alto nível, que veio investir no público do Nordeste. O cara sabe o que faz. E digo na boa: sortudos os que viram o show e mais ainda - como nós do Lumo - aqueles que conseguiram trocar uma idéia com o cara e sua equipe. Uma figura inteligentíssima, de humildade que contrasta com a qualidade de sua obra, um brother daqui pra frente. Salve Renegado!

Clima de praia, todo mundo sabe que não pode faltar duSouto. Antes de começarem a tocar, arrebentou uma corda do baixo, no que o baixista do Wado prontamente emprestou seu instrumento. Tudo resolvido, vamos curtir. Lembro de nessa hora ter ficado espantado com a energia da galera que estava lá. Não bastasse a movimentação intensa durante os shows, ninguém parava quando, nos intervalos, DJ Tremendo e DJ Cleyton Scheley colocavam suas black music motown ou mesmo Cumbias. Talvez tão interessante quanto o som fosse o contraste do tamanho do gigante Tremendo com o minguadinho Scheley. Somados ao excelente som dos dois, no sábado rolaram projeções das mais psicodélicas nas paredes do Muru-Muru. E teve gente que entrou mesmo no clima Woodstock.

Já amanhecendo e vendo a praia, Wado tocou para umas 40 pessoas MUITO interessadas no seu som. Impressionante a força do trabalho dessa galera! O pessoal esperou e viu um show forte, inspirado e profissionalíssimo, cantado a plenos pulmões e dançado a plenas canelas por todos. Uma cena realmente bonita de se ver.

Terminados os shows, só nos restou descer o equipamento por uma apertada escada, num sacrifício que nos tomou algumas horas do esperado descanso e algumas vértebras da dilacerada coluna. Todo mundo sujo, suado, exausto, sem nem conseguir pensar direito, só achando bom ter passado por tudo o que passou. Sem dúvida esse festival foi o maior aprendizado do Lumo Coletivo.