quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Entrevistas Grito Rock Porto 2009: WADO
O que esquenta o sangue de Wado, que agora vive no verão sem fim de Alagoas, é a forma como as periferias do mundo têm construído a nova música através de quase nada de matéria prima. Transformando arte bruta em estúdios caseiros, com microfones baratos e pouco conhecimento técnico, mas com muita urgência, energia e gana.
A subversão não está mais na estética do punk, domesticado e adocicado em canções de amor. O que dá voz a quem não tem voz hoje são ritmos como o funk carioca, o reggaeton e os afoxés baianos. Wado foi beber nestas astúcias da periferia para construir a estética de seu novo álbum, Terceiro Mundo Festivo.
Entrevista:
Como você vê a cena musical de Alagoas, fazendo o caminho do começo de sua carreira até a atualidade? É fundamental sair do Nordeste para poder se produzir musicalmente?
Wado - A cena aqui em AL teve um boom no final dos anos 90. Depois esfriou um pouco, mas a cena manteve o Sonic Junior, O mopho, O xique e baratinho e eu. Acho que, pra mim, dá pra manter uma agenda pelo Brasil mesmo morando aqui. Tenho feito isso a quase 3 anos e os shows só aumentam. Este mês estamos em Recife, Porto de Galinhas e São Luis, no maranhão.
Mas é bom passar temporadas lá embaixo pra demarcar território.
O que seria fazer arte periférica?
Wado - Acho que muita coisa pode se enquadrar neste conceito, mas digo que é a produção fora do eixo, distante de RJ e SP. Temos uma imposição muito grande destes Estados sobre os outros. De um país de proporções continentais ende duas localidades apenas emitem a informação pros outros Estados.
Como você encara ser considerado um compositor de "música inteligente"?
Wado - Acho que mais do que música inteligente gosto de fazer boas canções, sejam elas de letra simples ou sofisticada.
O que anda te inspirando ultimamente, ou sempre?
Wado - Ando escutando Fábio Góes, Davi Moraes, muito afoxé e Matinália
O que o público pode esperar do show no Grito Rock porto?
Wado - Um show bem divertido, passeando por meus 4 discos. Bom de gastar sandália.
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